segunda-feira, 26 de julho de 2010

Adeus....


Às vezes mais vale desistir do que insistir, esquecer do que querer, arrumar do que cultivar, anular do que desejar. Ficará para sempre a dúvida se fizemos bem, mas pelo menos temos a paz de ter feito aquilo que devia ser feito. Às vezes é preciso mudar o que parece não ter solução, jogar tudo fora para voltar a construir do zero, bater com a porta e ir embora e sem olhar para trás, esquecer a voz e o cheiro, as mãos e a cor da pele, apagar da memória sem medo, esquecer tudo, cada momento, cada minuto, cada passo e cada palavra, cada promessa e cada desilusão, atirar tudo para dentro de uma gaveta e jogar a chave fora e a seguir esqueçer ! Às vezes é preciso saber renunciar, não aceitar, não ouvir, não pedir nem dar, sair pela porta da frente sem a fechar, pedir silêncio e paz e sossego, sem dor, sem tristeza e sem medo de partir. E partir para outro mundo, para outro lugar, mesmo quando o que mais queremos é ficar, permanecer, construir, investir, amar. Porque quem parte é quem sabe para onde vai, quem escolhe o seu caminho e começa a andar. O sol, o vento, o céu e o cheiro do mar são os nossos guias, a única companhia que temos, a certeza que fizemos bem e que não podia ser de outra maneira. Quem fica, fica a pensar, a lembrar. Até se conformar e então um dia esquece.'

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